Se eu fui atrás de algo que parecia impossível (e, por algumas semanas, pareceu real), talvez as coisas que eu quero não sejam tão impossíveis assim, e esse é o sinal para eu sair em busca dessas coisas que me farão feliz. Ou nem tão feliz mas, com certeza, melhor do que eu me sinto hoje.
Não é uma questão de estar insatisfeita ou não com o que eu tenho no momento: é questão de não estar mais disposta a pagar o preço com que essa vidinha aparentemente fácil e pacata vem pra mim. É linda na vitrine, mas lá dentro... É a própria caixinha de vidro, sufocante, asfixiante, completamente exposta pra quem quiser ver, mesmo quando eu quero esconder do mundo o que está acontecendo.
É claro que é mais fácil deixar as coisas como estão - e eu provavelmente sairia ganhando até demais. Mas eu cansei das coisas que vêm fácil. Eu quero quebrar a cara, eu quero me expôr, eu quero saber que a pressão é real e que o meu mundinho não é cor-de-rosa metafórico, mas simplesmente o comum e simples mundinho cinza que existe lá fora, cheio de gente comum e simples, o tal "mundo real"... E que se o meu "mundo real" é cor-de-rosa, é por mérito meu e não dos outros.
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... E é tudo isso que fica passando na minha cabeça a cada 5 segundos, fazendo com que a dor pareça eterna. Pouco tempo, quase sem respirar, dependendo da competência alheia pra sobreviver em algo que deveria depender apenas de mim. Sem descanso, sem despreocupação.
O suspiro final, aquele que eu darei quando finalmente puder deixar pra trás, bem pra trás todas essas loucuras, já tem data marcada. Data, hora e local, e eu sei que no final desse caminho tem um abraço esperando por mim, e um sorriso secreto que é só meu.