Blog-diarices de uma drama queen

Roxy - Established in 08/21/1980

Jornalista não praticante, estudante de Letras, nerd, gremista, portadora do Complexo de Sininho.
Sim: filmes, seriados, café, livros, futebol, sarcasmo, John Cusack, chocolate, pop asiático, tênis, chick lit, meninos que usam óculos, yaoi.
Não: pessoas que escrevem errado de propósito, rock progressivo, filmes do Lars Von Trier, linguística, ônibus lotado, pessoas que se auto-rotulam, dirigir.

Bem Vindo À Casa de Bonecas existe, entre mudanças de nome e layout, desde outubro de 2001.












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31.1.06


O PINSCHER DESCONTROLADO

Informativo da praia de Arroio Teixeira - Ano 3 - nº 1


:: Editorial ::

Essa será uma edição curta porque, apesar de divertida, a viagem ao Texas foi uma das mais uneventfuls em termos de notícias para O Pinscher Descontrolado. Na verdade, depois de quase um ano sem pisar nas badlands texanas, esse foi provavelmente um dos finais de semana mais família que eu passei por lá. E põe família nisso, já que no sábado – dia do grande evento de aniversário – a Mansão Prando recebeu 20 pessoas. E teve cadeira, comida e ânimo sobrando!

:: Denúncia! ::

Eu não entendia o porquê das constantes opiniões na imprensa a respeito de quão ruim Bang Bang é. Isso porque toda vez que eu assisto, me racho de rir. Minha mãe não perde um capítulo também. Mas sempre surgem notícias de que a audiência tá baixa, a novela não decola, a história é fraca... E aí eu descobri qual é o problema: Bang Bang é novela pra homem! E, obviamente, homens não admitem ver novela! Cheguei a essa brilhante conclusão depois que Seu Gilberto e Tio Ângelo passaram bons 10 minutos discutindo a cena do casamento da Diana e do Ben, meu pai contando como foi, porque o Tio Ângelo perdeu aquela cena.

:: Turismo ::

Como o Binho acabou de tirar carteira, e o alinhamento cósmico era propício, Tio Irineo emprestou o buggy pra ele. Virou o transporte principal da Isabella de e para a praia. Quem se aproveitou também foi a Clau, que conseguiu ir até a praia, mas se recusou a atravessar o arroio pra chegar na areia. Bandeira amarela, mar tranqüilo, água clara e quente... Se não fosse o vento... Bom, se não fosse o vento, não seria o litoral gaúcho.

:: Coluna Social ::

Então que sábado era aniversário da Bebe. E do Seu Gilberto. E da Mirella. Então que, somados, era 112 anos. E então que, além deles, ainda teve o aniversário da Dona Iris, dia 8, e da Tia Cristina, dia 20. Que, somados, também dava 112 anos. Pelo menos deu pra reaproveitar as velas...

:: Carta ao leitor ::

Como eu disse, é uma edição curta. Não teve eventos memoráveis, nem frases marcantes e, tirando um quase ataque de escorpião (que o Fafael prontamente matou), a coisa mais divertida do final de semana foi brincar com as meninas pequenas – Isabella, Luísa e Eduarda, que são muito, muito fofas – e ir na pastelaria com a Clau, o Rafa e a Grazi no sábado à noite (e falar com o speena no telefone!!). Really really uneventful.

Pelo menos eu dormi.


:: Cultura ::

Happiness is an imaginary condition, formerly attributed by the living to the dead, now usually attributed by adults to children, and by children to adults.

- Thomas Szasz

(10:17 AM) 2 doll faces


25.1.06

On a day like today no other words would do

On a day like today I looked at you and I
Saw something in the way
You stared into the sky
I saw you were sick and tired of my wrong turns
If you only knew the way I feel
I'd really love to tell you

Só um dia.

Um dia sem dúvidas, sem crises, sem desespero.

Um dia sem cobranças, sem olhares atravessados, sem problemas.

Um dia pra dormir até tarde, só comer sorvete, ler minha chicklit em paz.

Um dia sem cansaço, sem notícias ruins, sem perguntas imbecis.

Um dia todo só de pijama, pé descalço e cabelo despenteado.

Um dia acordando ao lado dele, sem precisar sair da cama.

Um dia frio e chuvoso, em pleno verão.

Um dia pra mim, só pra mim.

Só um dia.

E depois retorna o caos.

But I can never find the words to say and I don't know why
I can't find the words to say and I don't know why

(1:18 PM) 1 doll faces


23.1.06

Behind door number 3

Eu estou com medo de banheiros públicos.
Mas não em um "tem um estranho me olhando" kind-of-way.
É mais um medo iminente de que, num futuro próximo, ir ao banheiro se torne uma experiência mecânica. A começar pela porta.
Eu tenho *pavor* da porta do banheiro do aeroporto. Porque ela abre sozinha. Ela detecta a presença de alguém e abre. Blam. Um estrondo. E eu fico com cara de tacho, achando que a porta tá possuída por um espírito ou algo assim.
Aí, tem as pias automaticas. É só esticar a mão pra baixo da torneira e, chuáááá, água. Nem precisa fechar, ela fecha sozinha. Um mistério.
E os secadores de mão? Aquele vaporzinho que, dizem, seca a mão e ainda contribui para a preservação do planeta, porque não envolve papel?
Mas nem sempre dá pra secar a mão sem papel... Aí agora, no banheiro do Iguatemi, tem o porta-papel que automaticamente faz o lenço descer na tua mão. É que nem a pia: estica, e o papel vem. Aí é só cortar. Bizarríssimo.
O que falta agora?
Descarga inteligente: depois do último pingo, a descarga desce automática, e ainda coloca um arominha de flores do campo.
Torneiras triplo uso: Na primeira esticada de mão, sai água com sabonete. Na segunda, água pura, pra enxaguar. Na terceira, hidratante.
Espelho opinativo: Aqueles enormes espelhos do banheiro feminino, onde toda santa mulher pára pra ajeitar o cabelo, apresentarão vídeos com dicas de moda e beleza, de acordo com uma análise do biótipo da retratada. Pra sair do banheiro chorando.
E por falar em choro...
Reservado-confessionário: para as mulheres que vão chorar no banheiro por causa de namoros terminados, descobertas de traição, conta do cartão de crédito, corte de cabelo feio, etc... Um reservado duplo, com área para a moça desesperada e, do outro lado, uma psicóloga especializada, para conversar, desabafar e dar orientações de como sair do banheiro até a parada de ônibus sem ser alvo de um grupo de adolescentes tiradores de sarro.
Não sei... tenho medo. Eu gostava mais quando os banheiros não pensavam.

(9:22 PM) 2 doll faces


19.1.06

Don't be alarmed if I fall head over feet

Então que ontem a gente fez 4 meses de namoro...

E, levando-se em consideração que a gente se viu pela primeira vez no Orkut, se conheceu em uma lista de e-mails do Google Groups, e mata a saudade pelo Google Talk, eu pergunto:

Será que o Google não gostaria de patrocinar as passagens?

(12:47 PM) 1 doll faces


17.1.06

Have you ever seen the rain comin’ down on a sunny day?

Someone told me long ago there’s a calm before the storm,
I know, it’s been comin’ for some time
When it’s over, so they say, it’ll rain a sunny day,
I know, shinin’ down like water

Quero pensar na chuva que caiu ontem à noite como mais do que um alívio pro calor insuportável que fazia nessa cidade. Quero que a chuva seja o sinal que eu precisava pra seguir com essa onda quase tsunâmica de mudanças que eu me impus. Enquanto a chuva lavava calçadas, carros, vidros e gente, a minha chuva interna dizia "Tá na hora".

A calmaria passou, vem aí a tempestade.

Yesterday, and days before, sun is cold and rain is hard,
I know, been that way for all my time
’til forever, on it goes through the circle, fast and slow,
I know, it can’t stop, I wonder

(E pra quem pensou "mas essa louca não gosta de chuva!", eu digo: eu gosto de chuva, eu só não gosto de sair de casa quando chove.)

(11:45 AM) 0 doll faces


15.1.06

Beauty's where you find it not just where you bump and grind it

Eu sou total a favor de pesquisa com células tronco, e de de salvar vidas através da cura genética e tal.

Mas sério, eu tenho medo das atuais cruzas de DNA.

E nem estou falando só do Brad e da Angelina. Porque a cria desses dois vai ter, no mínimo, um papel crucial na chegada do Anti-Cristo. A natureza não permitirá que tamanha beleza sobreviva nesse mundo cruel.

Aí hoje eu abro a Veja. E vejo a campanha da Albany, de sabonetes e xampus e desodorantes e... bem, o modelo que faz o anúncio do desodorante é a prova cabal que POR FAVOR, PAREM COM A MISTURA GENÉTICA!!!!

Não achei foto do cara, mas logo vai pipocar por aí. Ele é a mistura PERFEITA do Rodrigo Santoro com o Gael Garcia Bernal.

Tipo, oh god!, eu quase desmaiei.
Meninas, achem esse anúncio. É uma mega campanha da DM9, deve passar seguido na TV.


*** Me sinto com 14 anos de novo, pronta pra grudar aquela página na parede. ***

(9:25 PM) 1 doll faces


11.1.06

And I wonder, still I wonder, who'll stop the rain?

Baldinhos amigos, amigos...

As coisas entram nos eixos, finalmente.

(6:37 PM) 2 doll faces


10.1.06

I just don't know what to do with myself

Sabe, tomar decisões do tipo que mudam toda uma vida seria muito mais fácil se eu não tivesse que lidar com duas criaturas esquizofrênicas que, enquanto eu só penso a respeito, são super solidárias e incentivadoras e dizem coisas do tipo "acho que tu tá fazendo a coisa certa, nós te apoiamos" pra, no minuto em que eu resolvo chutar todos os baldes, e fazer o que meu coração manda, dizem "não é bem assim, quem sabe tu pensa melhor a respeito? mas se é o que tu quer fazer, te vira!".

Se não fosse uma questão de prazos absurdamente curtos, eu obviamente pensaria a respeito. Mas agora é tarde, e só me resta torcer pra que eles, mais uma vez, mudem de idéia.

(10:41 AM) 4 doll faces


9.1.06

Pride and prejudice

Ok, esse texto explica muita coisa sobre a vida, o universo e tudo o mais. Não é meu, é de um português chamado João Pereira Coutinho e foi publicado hoje na Folha Online.

***

Como Jane Austen pode mudar sua vida


Alain de Botton escreveu um livro sobre Proust para mudar todas as vidas. Bom negócio. Nos últimos tempos, tenho pensado em Jane Austen para mudar a minha. Corrijo. Tenho pensado em mim, no meu bolso e nas histórias de Miss Jane para mudar as vossas. Assim é que é.

Acontece quando um amigo (melhor: uma amiga) entra aqui em casa com lágrimas nos olhos. Problemas sentimentais, por favor, não façam caso. Fatalmente, tenho sempre dois objetos sobre a mesa: uma caixa de lenços de papel e, claro, uma cópia de "Orgulho e Preconceito", o livro que Jane Austen publicou em 1813. Entrego o livro e, com palavras paternais, aconselho: Lê "Orgulho e Preconceito" e encontrarás a luz, meu amor.

Eles lêem e depois regressam, com a alma levantada, mais felizes que Mr. Scrooge ao descobrir que está vivo e é Natal. Inevitável. Jane Austen entendia mais sobre a natureza humana do que quilos e quilos de tratados filosóficos sobre a matéria.

Mas, primeiro, as apresentações: leitores, essa é Jane Austen, donzela inocente que nasceu virgem e morreu virgem. Jane, esses são os leitores (ligeira vênia). A biografia não oferece aventuras. Poderíamos acrescentar que morou com a família até ao fim. Que publicou os seus romances anonimamente, porque não era de bom tom uma mulher se entregar aos prazeres da literatura. E que suas obras, apesar de sucesso moderado, têm conhecido nos últimos anos um sucesso estrondoso e as mais díspares interpretações políticas, literárias, filosóficas, até econômicas. Já li textos sobre a importância das finanças na obra de Jane Austen. Sobre o vestuário. Sobre a decoração de interiores. Sobre os usos da ironia no discurso direto. Para não falar de filmes - mais de vinte - que os seus livros --apenas seis-- suscitaram nos últimos tempos. O último "Orgulho e Preconceito" foi recentemente filmado no Reino Unido, com Keira Knightley (suspiros, suspiros) no papel principal. Vai aos Globos de Ouro. Provavelmente, aos Oscars também.

A loucura é total. Jane Austen mal sabia que, depois da morte, em 1817, o mundo acabaria por descobri-la e, sem maldade, usá-la e abusá-la tão completamente. Justo. Considero Jane Austen uma das maiores escritoras de sempre. Incluo os machos na corrida. Sem Austen, seria impensável encontrar Saki, Beerbohm ou Wodehouse. Miss Jane é mãe de todos.

E "Orgulho e Preconceito"? "Orgulho e Preconceito" tem eficácia garantida para males de amor. Vocês conhecem a história: Elizabeth, filha dos Bennet, classe média com riqueza nos negócios (quel horreur!), conhece Darcy, aristocrata pedante. Ela não gosta da soberba dele. Ele começa por desprezar a condição dela --social, física-- no primeiro baile onde se encontram. Com o tempo, tudo se altera. Darcy apaixona-se por Elizabeth. Elizabeth resiste, alimentada ainda pelas primeiras impressões sobre Darcy. Darcy declara-se a Elizabeth, sem baixar a guarda do preconceito social. Elizabeth não perdoa o preconceito de Darcy e, ferida no orgulho, recusa os avanços. Darcy vai ao "Faustão". Não, invento. Darcy lambe as feridas e afasta-se. Mas tudo está bem quando termina bem: Darcy e Elizabeth, depois das primeiras tempestades, estão condenados ao amor conjugal. Aplausos. The end.

As consciências feministas, ou progressistas, sempre amaram a atitude de Elizabeth: nariz alto, opiniões fortes, capaz de vergar Darcy e o seu preconceito aristocrático. Elizabeth seria uma espécie de Julia Roberts em "Pretty Woman", capaz de conquistar, com seu charme proletário, um Richard Gere que fede a presunção. "Orgulho e Preconceito" seria, neste sentido, um livro anticonservador por excelência, ao contrário de "Sensibilidade e Bom Senso", onde a hierarquia social tem a palavra decisiva. Elizabeth não é boneca de luxo, disposta a suportar os mandos e desmandos do macho. Ela exige respeito. Pior: numa família com dificuldades financeiras, Elizabeth comete o supremo ultraje --impensável no seu tempo-- de recusar propostas de casamento que salvariam a sua condição e a conta bancária de toda a família. A mãe de Elizabeth, deliciosamente histérica, atravessa o romance com achaques nervosos, prostrada no sofá. Se "Orgulho e Preconceito" fosse um romance pós-moderno, a pobre mãezinha passaria metade do tempo suspirando: Esta filha vagabunda vai levar a família toda para a sarjeta!

Elizabeth não cede e triunfa. A família também. E os leitores progressistas?

Esses, não. Os leitores progressistas tendem a ler "Orgulho e Preconceito" como se existissem na trama duas personagens distintas, vindas de mundos distintos, com vícios e virtudes também distintos. Darcy contra Elizabeth, até ao dia em que o amor é mais forte. Erro. Jane Austen não era roteirista em Hollywood. E os leitores progressistas saberiam desse erro se soubessem também que o título original de "Orgulho e Preconceito" não era "Orgulho e Preconceito". Era, tão simplesmente, "Primeiras Impressões".

Nem mais. Se existe um tema central no romance, não é Elizabeth, não é Darcy. E não é, escuso de dizer, o dinheiro, a ironia dos diálogos ou a decoração de interiores. "Orgulho e Preconceito" é uma meditação brilhante sobre a forma como as primeiras impressões, as idéias apressadas que construímos sobre os outros, acabam, muitas vezes, por destruir as relações humanas.

De igual forma, "Orgulho e Preconceito" não é, como centenas e centenas de histórias analfabetas, uma história de amor à primeira vista. É, como escreveu Marilyn Butler, professora em Cambridge e a mais importante crítica de Austen, uma história de ódio à primeira vista. E a lição, a lição final, é que amor à primeira vista ou ódio à primeira vista são uma e a mesma coisa: formas preguiçosas de classificar os outros e de nos enganarmos a nós. Elizabeth despreza a arrogância de Darcy sem perceber que essa arrogância, às vezes, é uma forma de defesa: o amor assusta mais do que todos os fantasmas que habitam o coração humano. Darcy despreza Elizabeth porque Elizabeth é uma ameaça ao seu conforto social e até sentimental. Elizabeth e Darcy não são personagens distintos. Eles são, no seu orgulho e preconceito, personagens rigorosamente iguais.

Jane Austen acertou. Duplamente. Como literatura e como aviso. O amor não sobrevive aos ritmos da nossa modernidade. O amor exige tempo e conhecimento. Exige, no fundo, o tempo e o conhecimento que a vida moderna de hoje não permite e, mais, não tolera: se podemos satisfazer todas as nossas necessidades materiais com uma ida ao shopping do bairro, exigimos dos outros igual eficácia. Os seres humanos são apenas produtos que usamos (ou recusamos) de acordo com as mais básicas conveniências. Procuramos continuamente e desesperamos continuamente porque confundimos o efêmero com o permanente, o material com o espiritual. A nossa frustração em encontrar o "amor verdadeiro" é apenas um clichê que esconde o essencial: o amor não é um produto que se compra para combinar com os móveis da sala. É uma arte que se cultiva. Profundamente. Demoradamente.

Por isso, leitores desesperados e sonhadores arrependidos, leiam Jane Austen e limpem as vossas lágrimas! Primeiras impressões todos temos e perdemos. Mas o amor só é verdadeiro quando acontece à segunda vista.

(9:03 AM) 2 doll faces


5.1.06

Can't stop now

E então que, diante da iminência de mais uma crise existencial, e da total falta de saco com outra crise existencial, eu proferi as palavras mágicas ("Vai, Planeta!") e chutei os baldes que restavam.

Ou chutarei, assim que possível.

E eu contei pra vocês que o meu semestre acadêmico será formado pelas incríveis cadeiras de Cultura Inglesa e Literatura Canadense e Australiana?

Consolo? Comprei Razão e Sensibilidade em DVD, que é pra ninguém vir dizer que eu só gosto do Ang Lee porque Brokeback Mountain é unanimidade. Nananinani... Tio Lee já fez Austen, crianças. Da melhor qualidade. (Concorreu ao Oscar, sabiam?)

(7:29 PM) 1 doll faces


4.1.06

I'm lonely and I'm too tired to talk

Várias pessoas já me disseram que só conseguem escrever quando estão mal, deprimidos, tristes e solteiros. Sim, as pessoas ainda associam solteirice a coisas ruins, como se o fato de se conhecer alguém e iniciar um relacionamento automaticamente tranformasse o mundo no Mundo Encantado, com céu azul, nuvens de algodão doce, rios de chocolate e passarinhos verdes cantando constantemente.

E eu, por muito tempo, acreditei que isso valia para mim também.

Mas não é verdade. Pelo menos não no meu caso. Até porque há tempos deixei de encarar relacionamentos como a chave para a resolução de todos os meus problemas. Eles podem ser a parte boa da vida, mas nunca *toda* a vida de alguém. Mas não era sobre relacionamentos que eu queria falar.

O que eu queria falar é que a minha incapacidade de escrever vem se arrastando há meses. Antes de eu conhecer o Chico, antes de eu cair nessa zona confortável do limbo emocional. Eu sei que isso é comum, porque eu me conheço suficientemente bem pra saber que eu tenho períodos mais ou menos criativos, mais ou menos ativos em relação à escrita. Os arquivos desse (e do falecido) blog são mais do que indicativos dessa minha alternância de humores.

Mas, nos últimos seis meses, esse deslocamento emocional se fortaleceu de tal modo que eu simplesmente travei. Não consigo mais escrever. Quer dizer... Consigo, ou esse blog estaria parado desde então. Consigo, porque de vez em quando sai alguma coisa que presta, mesmo que não seja publicada. Só que não é mais aquela coisa orgânica, natural, diária, como era antes. E eu sinto falta de fazer isso, eu sinto falta de escrever como parte da minha rotina, de alinhar meus pensamentos na tela pra que vocês possam ler.

Coincidentemente, nesse mesmo período, eu tenho encontrado uma dificuldade enorme pra ver filmes. Pra me concentrar em filmes, pra *querer* estar numa sala de cinema, no escuro, prestando atenção na tela. Eu tento e, eventualmente, consigo. Ou, em casos de obrigação moral, me arrasto até a sala e, num passe de mágica, retomo por algumas horas aquela sensação de paz que sempre senti nas salas de projeção. Tudo isso para, em seguida, voltar ao marasmo de sempre, no minuto em que meus olhos voltam a enxergar não o filme, mas o corre-corre do shopping.

Não sei se a minha dificuldade em escrever está relacionada à minha dificuldade em ver filmes. É provável, já que eu sempre guiei minhas idéias e meus sentimentos a partir daquilo que os filmes me fazem sentir. Filmes e seriados sempre foram os meus oráculos, mas alguma coisa quebrou no caminho e eu não sei se eu é que não estou enxergando as respostas ou se estou fazendo as perguntas erradas.

Só sei que, a cada dia que passa e eu olho as datas dos posts cada vez mais distantes entre si, eu me sinto vazia. Como se a falta de assunto equivalesse a uma falta de conteúdo em mim. E isso não tem nada a ver com eu estar feliz ou não. Até porque eu estou confusa demais pra saber o que eu sinto.

Então eu não sei se a solução é escrever para voltar a amar os filmes. Ou voltar a ver os filmes, por mais torturante que seja a experiência, para assim voltar a escrever. Ou resolver de uma vez os nós da minha cabeça, para que escrever e ir ao cinema voltem a ser atividades tão corriqueiras na minha vida quanto andar e respirar.

Eu só sei que preciso acordar, e logo.

(10:06 AM) 0 doll faces


2.1.06

Counting down from ten it's time to make your annual prayer

2005 teve um segundo a mais. Típico de um ano chato que faz de tudo pra não terminar. Mas terminou, acabou, passou, it's over. Bem vindos a 2006. Que a teoria dos anos pares funcione mais uma vez.

Ok, 2005 não foi um ano catastrófico como, sei lá, 2003. E nem teve grandes momentos de desespero, como 2004. Na média, foi até bem razoável. Só não foi maravilhoso porque as coisas que aconteceram (e continuam acontecendo) dentro de mim não permitiram. Na listinha de resoluções de 2006: pensar menos. Dá menos trabalho e faz bem para os dentes.

Mas 2005 também trouxe uma série de coisas positivas. Amigos novos (e muito especiais). Ver a Lilica, mesmo que virtualmente, quase todos os dias (e sentir como se fosse 94 de novo...). Certezas sobre o que eu gosto e o que eu não gosto (embora isso me leve diretamente ao modo I just don't know what to do with myself no qual me encontro há algum tempo).

E o ano que acabou de terminar também me trouxe ele, o cara maravilhoso que agüenta meus mau-humores, crises de identidade, piadas ruins e ataques de criancice e ainda diz que gosta de mim.

Depois desse fim de semana, 2006 já parece beeeeem melhor que 2005.

***

E então que eu finalmente descobri o que é viajar tranqüilamente pra SP. Sem atrasos, sem mudança de aeroporto. Sem horas incontáveis de espera no aeroporto. E ter uma sexta-feira normal, passear shopping, ver Just like heaven no cinema. Ganhar presentes (lindos, que eu adorei!), ver a carinha de felicidade dele quando abriu os presentes que eu levei. Ou o sábado fantástico que a gente teve, um dia bonito de sol, ir na Liberdade (e pensar na minha irmã o tempo todo!), almoçar com o Dorval (e rir pra caramba). Passear no Ibirapuera e ver um ménage à trois de patos se tranformar num paticídio. Tomar banho de chuva. Ganhar colo. Fazer coreografias toscas pra clipes mais toscos ainda. Dormir, dormir, dormir. Finalmente descobrir como Häagen-Dazs é bom. Ver torneios de sinuca e criar piadas cretinas com frases fora de contexto. Encher meu menino de beijos...

Adorei o fim de semana, nenê! Obrigada por tudo! :*

(11:00 AM) 0 doll faces