Eu estou com medo de banheiros públicos.
Mas não em um "tem um estranho me olhando" kind-of-way.
É mais um medo iminente de que, num futuro próximo, ir ao banheiro se torne uma experiência mecânica. A começar pela porta.
Eu tenho *pavor* da porta do banheiro do aeroporto. Porque ela abre sozinha. Ela detecta a presença de alguém e abre. Blam. Um estrondo. E eu fico com cara de tacho, achando que a porta tá possuída por um espírito ou algo assim.
Aí, tem as pias automaticas. É só esticar a mão pra baixo da torneira e, chuáááá, água. Nem precisa fechar, ela fecha sozinha. Um mistério.
E os secadores de mão? Aquele vaporzinho que, dizem, seca a mão e ainda contribui para a preservação do planeta, porque não envolve papel?
Mas nem sempre dá pra secar a mão sem papel... Aí agora, no banheiro do Iguatemi, tem o porta-papel que automaticamente faz o lenço descer na tua mão. É que nem a pia: estica, e o papel vem. Aí é só cortar. Bizarríssimo.
O que falta agora?
Descarga inteligente: depois do último pingo, a descarga desce automática, e ainda coloca um arominha de flores do campo.
Torneiras triplo uso: Na primeira esticada de mão, sai água com sabonete. Na segunda, água pura, pra enxaguar. Na terceira, hidratante.
Espelho opinativo: Aqueles enormes espelhos do banheiro feminino, onde toda santa mulher pára pra ajeitar o cabelo, apresentarão vídeos com dicas de moda e beleza, de acordo com uma análise do biótipo da retratada. Pra sair do banheiro chorando.
E por falar em choro...
Reservado-confessionário: para as mulheres que vão chorar no banheiro por causa de namoros terminados, descobertas de traição, conta do cartão de crédito, corte de cabelo feio, etc... Um reservado duplo, com área para a moça desesperada e, do outro lado, uma psicóloga especializada, para conversar, desabafar e dar orientações de como sair do banheiro até a parada de ônibus sem ser alvo de um grupo de adolescentes tiradores de sarro.
Não sei... tenho medo. Eu gostava mais quando os banheiros não pensavam.