Vou tentar contar mais ou menos o que aconteceu nos últimos dias. Se ocorrerem lapsos de memória, culpem o cansaço absurdo que eu sinto nesse momento, apesar das oito maravilhosas horas de sono que eu tive essa noite.
Quinta/Sexta
.:: Midnight Warriors ::.
Murphy estava de folga e nós fizemos o check-in às 22h30min, e a moça disse "embarque imediato". Só deu tempo de comprar uma revista pra Bebe e entrar na sala de embarque (não antes do Seu Gilberto dizer umas duzentas milhões de vezes pra gente se cuidar). Não ficamos nem 5 minutos esperando, já embarcamos logo e o vôo saiu 20 minutos antes do previsto. Magavilha!
O problema foi a chegada. Primeiro, porque o comandante resolveu pegar o microfone e conversar com a galera num tom total bate-papo e dizia "o nosso tempo de vôo foi tanto, o tempo em São Paulo está bom e o aeroporto está altamente policiado". Valeu tio! Como se eu não tivesse outras coisas pra me preocupar, além do PCC!
Isso porque, por causa de questões alheias ao nosso controle, o Chico não podia nos buscar no aeroporto... E a gente desceu em Guarulhos. Digamos que depois de uma hora e meia a gente conseguiu chegar no hotel. Cansadas, acabadas, e com a alça da mala de rodinhas emperrada, o que nos obrigava a carregá-la na mão.
E descobrimos que o check-in era ao meio-dia.
Não vou entrar nos detalhes sobre como isso aconteceu. Basta dizer que eu tive que acordar o pobre do Chico (que, pra nossa sorte, mora perto do hotel) e ir acampar na casa dele. Conseguimos um lugar pra dormir, mesmo tendo que dividir com uma Lhasa Apso carente (pobre da Ceci!). Ainda me sinto péssima, porque o Chico ficou tão nervoso que mal conseguiu dormir e ainda ficou doente, e no outro dia acabou não conseguindo ir trabalhar. Mas foi divertido tomar café da manhã com a dona Vilma (que só descobriu que a gente estava lá quando me viu, de manhã). Deu pra matar a saudade! ^_^
Saímos cedo de lá porque o encontro tava combinado pras 9h no hotel. E a gente ainda precisava de um lugar pra deixar as malas.
.:: Amizade e Liberdade ::.
Um dos principais objetivos dessa viagem, mais do que a Bebe conhecer São Paulo, mais do que ir no AnimeFriends, era juntar num mesmo espaço físico os cinco fundadores do asian+nation. Admito que a idéia de conhecer os amigos da minha irmã ao mesmo tempo em que *ela* conhecia eles era mais do que divertida. Com pelo menos dois eu já tinha conversado, então tava tranqüila.
Chegamos no hotel e esperamos lá na frente, até que o Speena e o Mudinho apareceram. Depois das devidas apresentações e dúvidas decorrentes das malas ali jogadas, deixamos as coisas no quarto dos meninos e fomos pra Liberdade, encontrar a Mie e o Yugo.
Nessa hora, meu estômago começou a dizer que eu deveria ter ingerido algo mais do que café. Fomos na padaria bonita (cujo nome eu não lembro), mas que tem coisas óóóóótimas pra comer. Depois fomos apresentar a Fonomag, o SoGo e a HaiKai pra Bebe.
Obviamente, quando chegamos na HaiKai, aquele povinho surtou (*MUITOS* cds à disposição) e eu tive tempo de respirar. Não que eu conseguisse respirar muito: cansaço, tensão e alguma coisa a mais se misturaram e eu tava quase desmaiando. Já passava do meio-dia, então a Bebe me colocou num táxi e me despachou pro hotel, dizendo que voltava com os guris à tarde pra descansar antes de a gente ir pro Masp.
Admito que deitar na cama e colocar a cabeça no travesseiro me fez um bem danado. A porcaria da dor de cabeça não sumiu, mas diminuiu bastante. Eu até nem sentia, se não me mexesse muito. Mesmo assim, conseguia funcionar. A Bebe voltou e nós ficamos lá, brincando de sapo atropelado, até o meio da tarde.
.:: Pausa para respirar arte ::.
Então nós fomos no Masp - eu, a Bebe, o Speena, o Mudinho e o Yugo - ver a exposição do Degas. Pra nós duas, era o paraíso, porque a gente ama impressionistas. Pra Bebe mais ainda, porque o Degas é o pintor preferido dela. E a gente ia ver de pertinho! Só não nos preparamos pro que tinha lá: junto com as obras dele, tanto os quadros quanto os bronzes, tinha uma série de obras de pintores que influenciaram ou foram ligados a ele de alguma forma.
E eu digo que ver originais de Rafael, Ingres, Rodin, Van Gogh, Monet, Manet, Picasso, Toulose-Lautrec, Van Dyck e Velásquez num mesmo lugar é mais do que eu poderia querer em tão pouco tempo.
O especial, claro, era Degas. A maneira como ele não se desvincilha do movimento é impressionante e tocante - mesmo nos bronzes, isso fica evidente, e é fascinante ver as seqüências de cavalos ou de movimentos de balé. Estranho que a única escultura exposta em vida tenha sido a Pequena Bailarina de Quatorze Anos, mas é de entender porque ela chamou a atenção: ela é linda, imponente, e completamente apaixonante.
.:: Super Dor de Cabeça ::.
Na volta, a Clau se arrumou pra sair com o pessoal - rodízio de pizza - e eu passei, porque ia com o Chico encontrar o pessoal da Cinefelia. A idéia era ver Superman, mas eu mal tive tempo de dar oi pra Fer e conhecer o Aílton e o Michel, e a dor de cabeça voltou em full-throtle e eu tive que me retirar estrategicamente pro hotel, onde babei no travesseiro até a manhã seguinte. Eu tava exausta.
E ainda nem tinha chegado perto do AnimeFriends!
Sábado
.:: Otaku's Paradise ::.
Sábado de manhã e uma caravana sai da frente do hotel. Eu, Bebe, Speena, Mudinho e o Chico. Chegamos no evento e eu juro que nunca vi fila grande e estranha como aquela. E olha que eu fui no show do Hanson.
Quando nós finalmente avistamos o final da fila, também descobrimos que o último da fila era o Yugo. A espera (rápida, até, pouco mais de uma hora) foi preenchida com tentativas nem sempre bem sucedidas de origami e cosplayerspotting. Aliás, pro pavor da Bebe, no sábado tinham váááários cosplayers de InuYasha, o que fazia ela soltar gritinhos e se esconder. Ela tem trauma.
Lá dentro, o caos reinava. Gente, gente, gente, gente que não acabava mais. TUDO estava lotado: o gramado em frente ao palco principal, os corredores entre os estandes, as escadas rolantes entre os andares, o terceiro andar - onde tinha a FanzineExpo, embora as salas temáticas estivessem quase vazias. O que não me impediu de ser alugada durante meia hora por um cara da sala Star Trekk que resolveu me explicar todo o 1º Ciclo de Perry Rhodan. Caminhar lá dentro era um martírio, e às vezes o jeito era deixar a galera carregar a gente, porque se não, não dava pra sair do lugar. De algum jeito, conseguimos achar o Wu-Fei e, lá pelas tantas, aterrisamos numa mesa e de lá só saímos pra ir embora. Quer dizer, a Bebe montou acampamento lá. Eu ainda fazia expedições esporádicas pelos estandes.
.:: Se você leu isso, você é emo ::.
Eu não sei de onde surgiram as plaquinhas - plaquinhas brancas, apagáveis, que as pessoas carregavam pra cima e pra baixo com as mais variadas mensagens, quase um tag de MSN ambulante. Mas elas estavam lá, dominando o evento. Até nós caímos em tentação, o Speena saía com a dele por lá, fazendo propaganda do asian+nation ou tentando achar o Ikke (um cara de dois metros de altura que, por alguma razão, nenhum de nós conseguia encontrar).
Eu e a Bebe bem que tentamos manter um registro das melhores frases, mas o bloquinho não foi utilizado, então pérolas se perderam no caminho. Abaixo, algumas que se salvaram:
* "Procuro Sailor Marte que está com o meu celular"
* "Achei a Sailor Marte e o meu celular também!" (algum tempo depois)
* "Eu vou virar tofu aqui dentro"
* "Será que existe otaku pagodeiro?"
* "Eu nunca vi cosplay de Chuck Norris"
* "Rebelde é anime?"
* "Já abraçou um gaúcho hoje?"
* "Save Point" (ao lado do qual várias pessoas paravam para tirar fotos, para provar que salvaram os malditos pontos)
* "Ninjas mataram minha família, preciso de dinheiro para aulas de kung-fu"
* "AnimeFreezer 2006" (porque tava um GELO no sábado à noite)
A maioria absoluta de placas, no entanto, era de mensagens anti-emo. O que seria até compreensível, não fosse pelo fato de as mesmas serem empunhadas por criaturas tão emo quanto as que eles juravam desprezar. Talvez o conceito de emo tenha mudado desde o meu tempo (ahn... ano passado), mas acho que o problema é que emo é só um termo sazonal usado pra designar uma mesma tribo flutuante. Na minha cabeça, o emo de hoje é o punk de butique de ontem e o clubber de anteontem.
Ou talvez isso seja só impressão minha. Lembrem-se que eu sou a criatura que jura de pé junto que gosta de boy bands por razões sócio-antropológicas.
.:: Quando eu penso que já vi tudo... ::.
Nada, *NADA* poderia me preparar para o Garoto Diversão.
.:: Alone again, naturally ::.
Saímos do evento antes do show internacional, mas assim que os estandes fecharam. De carro, ainda bem. Fomos pro McDonald's da Paulista. Era uma cena esquisita: a Mie e o Guimas numa discussão hilária que se resumia na Mie chamando o Guimas de yaoi, e o Guimas dizendo que não era. O Mudinho comeu DOIS lanches, e a gente só ficou olhando. O Yugo praticamente dormiu em cima da mesa. Eu não sentia mais os meus pés, e a cabeça dava sinais de novas ondas de dor.
Depois disso, a Bebe foi pro karaokê com o pessoal e depois foi dormir na casa da Mie. O Chico (que tinha saído mais cedo do evento) tinha ido pro casamento do Oct, e eu não fazia idéia de onde andava o pessoal da Cinefelia.
Fui pro hotel brincar de sapo atropelado sozinha.
Domingo
.:: Garota Consumista Mode On ::.
Mais uma excursão à Liberdade. Dessa vez, eu até parecia um ser humano normal de novo! Mais uma ida à padaria bonita, mais uma ida à HaiKai (aliás, ambas as HaiKais, o que nos custou uma força de vontade sobre-humana pra não adquiriri MUITOS adesivos). Esperamos o Yugo e fizemos piquenique na frente da estação do metrô. Fomos pro evento.
Fila menor, mais rápida, mas ambiente tão ou mais lotado que o sábado. Último dia também significa liquidação de estoque, então fizemos as nossas compras rapidamente. Mas não rápidas o suficiente... A gente ia comprar um pôster de Loveless, liiiiiiiiiiiiiiiiindo (uma imagem perfeita do Soubi e do Ritsuka), mas o cara tinha vendido o último um pouco antes de a gente chegar lá. ;_;
Saldo final:
* 7 DVDs: Saikano, Beck (2 volumes), Gravitation, Mirage of Blaze, Sukisho e Yami no Matsuei
* 6 chaveiros de Sakura (ou imagens da Sakura e do Shoran em Tsubasa Chronicles)
* 1 chaveiro de Gravitation
* 1 chaveiro de Loveless
* 2 chaveiros de Beck
* 1 chaveiro de A Princesa e o Cavaleiro
* 1 chaveiro de Full Metal Alchemist
* Muitos (não parei pra contar) bottons de Sakura (esses, se eu não me engano, foram 7), KareKano, HanaKimi, Gravitation e Fushigi Yuugi
(eu tentei achar um chaveiro com foto só do Hyde [essa parte eu escrevi ontem de noite, SOGUI! ¬¬], o que - eu sei! - é um mal sinal.)
OBS: Resisti aos meus impulsos pai-do-Ranma e não adquiri plaquinha!
A Bebe também consumiu: além dos bottons e chaveiros dela (menor quantidade, mas tão fofos quanto os meus - KareKano, HanaKimi, Fruits Basket, Kenshin e cantoras de J-Pop), ela levou um brinco (da Ayumi Hamasaki), uma caneta, dois singles do Fukuyama (que eu descobri - lá - que é o cantor preferido dela) e uma revista japonesa de música com o Fukuyama na capa. Além de ganhar um single da Namie Amuro da Mie e um case cheio de cds do Wu-Fei.
E eu ganhei os volumes 1 e 2 de Merupuri. Muito obrigada, nenê!!
.:: Closing time ::.
A idéia era sair cedo de lá. No final, não vimos nenhum show, mas tudo bem. Pelo menos saímos vivas. Nos despedimos do pessoal e voltamos. Ainda demos uma passada na Fnac antes de ir pro hotel, e compramos janta no Bob's. A exaustão era tanta que eu não sei como a gente ainda juntou forças pra ir pro Shopping Higienópolis (a janta do Bob's não foi suficiente, a Bebe continuava com fome). Pra nossa sorte, o Chico (que tinha ido pro hotel encontrar a gente) tava de carro. Ela comeu pão de queijo e eu fui matar a minha saudade de sorvete de torta de limão com mini-merengues, e o/a menino/a que atende na Cremeria me reconheceu! (Ok, eu sou cliente deles desde que abriu, mas lembrem-se que eu só dou as caras por lá de 3 em 3 meses, mais ou menos).
Desabamos na cama, mas a idéia de levantar às 4h30min não era nem um pouco agradável.
Menos agradável ainda foi chegar no aeroporto às 5h30min e descobrir que o Salgado Filho estava fechado e o nosso vôo não tinha previsão de saída. Desabamos na sala de embarque (e eu falei com o Tite!), e ficamos assistindo a final do torneio de Bastaad (apesar de eu já saber o resultado) e os gols do Brasileiro (eu perdi o jogão do Grêmio ;_;) na tevê que tinha lá. Isso até faltar luz. Sim, faltou luz no aeroporto.
Passava das 9h30min quando nós embarcamos. Duas pessoas desceram do avião, o que atrasou ainda mais a nossa saída. Mas acho que o comandante colou o pé no acelerador, porque nós chegamos antes das 11h30min em Porto Alegre. Fomos as últimas a sair do avião, porque o povo resolveu levar a casa toda como bagagem de mão, e o troço foi tumultuado. Achamos a mâmi e fomos de lá direto pro Shopping Total, comer.
Só fui dormir às 23 horas ontem. Mas passei o dia que nem zumbi. Diz a Bebe que em janeiro nós vamos de novo, pro AnimeDreams.
Socorro!
P.S.: Fotos no fofolog assim que o Chico mandar o arquivo com todas!