Blog-diarices de uma drama queen

Roxy - Established in 08/21/1980

Jornalista não praticante, estudante de Letras, nerd, gremista, portadora do Complexo de Sininho.
Sim: filmes, seriados, café, livros, futebol, sarcasmo, John Cusack, chocolate, pop asiático, tênis, chick lit, meninos que usam óculos, yaoi.
Não: pessoas que escrevem errado de propósito, rock progressivo, filmes do Lars Von Trier, linguística, ônibus lotado, pessoas que se auto-rotulam, dirigir.

Bem Vindo À Casa de Bonecas existe, entre mudanças de nome e layout, desde outubro de 2001.












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7.9.06

Cry Ophelia, it's the only thing to do sometimes

Comentei com o Fábio e o Tiago dia desses que é estranho olhar pra si mesmo e perceber que algumas coisas mudaram. O jeito de vestir, o jeito de falar, os assuntos, os interesses... E, ao mesmo tempo, perceber que uma série de coisas te acompanham a tanto tempo que já fazem parte de ti, independente de serem coisas "de criança" ou "de adulto". Isso às vezes parece Síndrome de Peter Pan, quando na verdade é só uma tentativa de não-conformação, de não virar aquele adulto-zumbi-padrão que praticamente sublima tudo o que já foi, já viu, já fez e já gostou porque precisa ser "responsável".

Responsabilidade e maturidade são difíceis de alcançar, independente da idade. Então o "ser adulto" é tão relativo que até Einstein vezemquando colocava a língua pros outros.

Nessas auto-reflexões involuntárias - cortesia da Carris e do trajetório saltitante do T8 que me impede de ler - eu acabei pensando sobre os eventos de alguns anos atrás e que me marcaram mais do que profundamente. Admito que eu sempre tive queda por histórias de ritos de passagem, não só no cinema como na literatura, a ponto de finalmente definir meu objeto de pesquisa e cair, claro, no Bildungsroman. Mas a questão é que na minha vida, os ritos de passagem foram traumáticos, mas não foram naturais. Eles foram obras do acaso e da confluência de outros eventos. Acho que isso faz com que eu continuamente busque novos ritos, como se eu precisasse provar o tempo todo que eu estou crescendo, amadurecendo. E isso traz conseqüências, claro. E não acontece de graça.

O centro todo da questão é a bomba de 2000. Quando tudo aquilo aconteceu, trouxe uma série de mundanças em mim, e eu virei outra pessoa. Uma pessoa com quem eu primeiro tive que aprender a conviver, depois passei a conhecer e, por fim, cheguei à conclusão que nós não poderíamos conviver no mesmo corpo. Ou, se fôssemos obrigadas, uma série de mudanças deveriam ocorrer.

O meu grande medo sempre foi que a Ana pré-2000 desaparecesse para sempre. Voltar a ser quem eu era se tornou meu ideal. A frustração cada vez que eu percebia que eu não conseguiria atingir esse objetivo só piorava a situação. Mais do que não ser eu mesmo, eu tinha pânico da idéia de perder as coisas maravilhosas que esse período in-between me trouxe. Será que os meus amigos iriam gostar de mim, da verdadeira Ana, aquela que eles nunca conheceram?

Era mais um rito de passagem. Era mais uma prova que eu deveria superar. Dói, dói muito, conviver com essa dúvida. Cada vez que eu me retraio, que eu me isolo, é porque a dúvida está mais forte, porque eu percebo pedaços de mim, da Ana que eu conhecia, voltando, e eu não sei como os outros vão lidar com isso. Ou se eles precisam lidar com isso.

Incrível como a Literatura, que entrou meio que por acaso na minha vida 3 anos atrás é responsável por boa parte dessa revolução. Na Literatura eu encontrei um centro, um equilíbrio, e isso me deixou mais forte para mudar e lidar com as mudanças. Saber quem eu sou e saber onde eu estou e para onde eu quero ir. Isso é tudo o que eu busco desde 2000. Isso é o que eu encontrei. Mais um rito de passagem.

Já não tenho a ilusão de que eu preciso escolher um lado. Eu pertenço ao in-between.

(10:08 AM) 3 doll faces


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Comments:
Conforme eu fui lendo, eu já tinha começado a pensar em várias coisas para te dizer, mas quando terminei de ler o post, vi que o essencial você já percebeu. Você é muito esperta, sabia? ;-) Só resta a mim constatar a pessoa maravilhosa que você é, que trouxe tanta alegria para a minha vida, e que se você se afastasse de mim e de todos nós, o mundo ficaria menos cor de rosa.

beijos.

ps.o comentário anterior foi apagado pelo fato de que as minhas mãos são mais lentas do que a minha convulsão de pensamentos ;-)
 
sim, concordo com o comment acima. eu te amo mto, comecei a amar antes de 2000 e continuo amando.
 
*chu*
 
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