Em algum momento do final de semana, Murphy e Caos se juntaram pra bater papo e resolveram aprontar com o mundo aqui embaixo. Entre umas e outras, olharam pra Porto Alegre, se deram conta que falta pouco mais de uma semana pro meu aniversário e disseram "É aquela ali mesmo!". E *pow*.
Primeiro passo: distração. Sábado, depois de um almoço em família (mesmo - tios e primo juntos) num restaurante chinês, eu tentei vencer meus medos e traumas e fui, finalmente!, na Livraria Cultura. Saí de lá vários reais mais pobre, mas de posso do primeiro volume de
Zettai Kareshi e de
Bet Me da Jennifer Crusie (um a menos na wishlist...) e, mais importante: NÃO TORCI O PÉ!
Quando pensei que a noite seria colocar o pijaminha e decidir entre qual versão de
Pride and Prejudice assistir, eis que o Kamui me liga e diz as palavras mágicas: video-game e cerveja. Então que nós fomos pra Nathalia e eu obviamente apanhei no
Pro Evolution Soccer, mas ganhei de 9 a 3 do Kamui no
Tekken.
Então que o domingo foi dedicado ao ócio (e à versão mórmon de
Pride and Prejudice e a ver o Djokovic ganhar do Federer), o que me levava a crer que a semana começaria como outra qualquer, sem sobressaltos...
... até que eu acordo hoje, às 6h30min da manhã, pra encontrar a Dona Iris fazendo barricadas na porta da sala, pra impedir que os litros de água que vazavam do apartamento vizinho (vazio desde a semana passada quando - YAY - as malas se mudaram) não invadissem o nosso apartamento.
Depois de vários minutos presenciando aquele espetáculo bizarro (que, logo em seguida, cooptou também o zelador e uma das senhoras da limpeza e que incentivou apostas do tipo "acho que foi a pia da sacada" ou "vai ver não taparam direito a saída da máquina de lavar"), eu fui trabalhar.
O que, obviamente, só foi alcançado com êxito depois de ingerir uma dose cavalar de café.
Saio um pouco atrasada do escritório o que, obviamente, me faz perder o T8. Tudo bem, estou preparada. Óculos escuros pra evitar a luz da manhã, mp3 tocando
I am what I am no último volume, passarinhos cantam, britadeiras ressoam. Estávamos na parada eu, uma senhora e um rapaz, quando se aproxima de nós um dos bêbados habituais das ruas do bairro. Ele se aproxima da senhora e começa a desfiar uma looooooonga história sobre como ele não consegue trabalho, mas nunca precisou roubar, e ela pode dar uma ajudinha pra ele comprar comida? Ela ajuda. Ele vira as costas e sai quando... Resolve voltar. E vir pedir dinheiro pra mim. Eu finjo que não vejo. O cheiro fica mais forte. Ele tenta chamar a minha atenção me cutucando no ombro. Eu sou obrigada a olhar. Ele faz um gesto para que eu tire o fone do ouvido. Eu tiro.
E ele começa a meeeeeeeeeeeesma lenga lenga que largou na tia.
Só que eu dou a minha resposta padrão: sem dinheiro, sem ficha, só a escolar.
E ele diz que a escolar também serve, que ele pode vender para comprar comida. Eu digo que não posso, porque só tenho o suficiente para ir e voltar. Ele fica bravo, achando que eu estou mentindo (e eu estou, mas isso é problema meu, não dele). Ele começa a ficar irritado, mas se afasta. Eu fico nervosa, mas o rapaz atrás de mim olha feio para o cara e ele não se aproxima. Ele resolve ir embora e está quase na esquina...
... Quando aparece o T3 e a tia e o rapaz sobem no ônibus, me deixando sozinha na parada.
Quando o meu nêmesis vê isso, ele não tem dúvidas e vem com toda a força na minha direção. Eu só tenho tempo de ver que o sinal está fechado e me jogar em direção ao outro lado da rua. Em outros tempo, ali existiria a entrada do estacionamento do Juvenil e eu conheceria todos os porteiros e isso me deixaria mais tranqüila. Agora, aquilo ali está em obras mas, para a minha sorte, tem uma locadora bem na frente da parada, e dois motoboys estacionados ali fizeram o grandiosíssimo favor de servir como meus guarda-costas.
Nisso, o bêbado está do outro lado da rua, na parada, olhando para mim com olhos raivosos, e me xingando até a décima geração. E eu preocupadíssima de o ônibus chegar e eu não conseguir pegá-lo porque a criatura se recusa a sair da parada, ou a parar de me amaldiçoar à distância. Até que ele começa a se afastar. O alívio começa a tomar conta de mim, quando o fulano tem outro acesso de fúria contra a minha minúscula pessoa e resolve pegar um pedaço de pau e alterna entre bater com o mesmo contra um poste e apontá-lo na minha direção, mais uma vez acompanhado de coisas que eu fico aliviada de não ter ouvido. Uns dois minutos dessa situação ridícula e o cara - finalmente! - atravessa a rua (ainda bradando o pedaço de pau, ainda me xingando), mas vai embora em direção à Cristóvão e eu posso, aliviada, voltar à parada de ônibus.
Digamos que, depois disso, almoçar com a Sandra e ter aula de Literatura com o Claudio foram um bálsamo.
Ainda me escapei de um tortuosa viagem de T8 ganhando uma carona do Freddy. Isso me fez chegar mais cedo do que eu esperava ao trabalho - tarde normal trocando e-mails idiotas com o Alex e fazendo o que tinha que ser feito, além de mails-chat com o Kamui. Vim pra casa largar a mochila e recolher a Bebe, e fomos pro xóps porque tinha a pré-estréia de
Simpsons (sim, ganhei conveetcheenho VIP de novo). Obviamente, o trauma do dia me levou a consumir mais do que chocolate nas Americanas, e meu cartão de crédito me deu de aniversário:
Serenity
Sin City
Pride and Prejudice (2005)
Brokeback Mountain
Dazed & Confused
(além, obviamente, de uma barra de
Hershey's Mint, porque ninguém é de ferro).
Encontrei o Francisco e o Raph, que também eram Veddy Important Poor-bastards.
A bagunça estava mais organizada do que a sessão de
Cabeludo Potter, e tinha até fila! Ficamos numa posição intermediária, e as pessoas eram liberadas em pequenos grupos para entrar na sala, o que nos levou a crer que teríamos que lutar por um bom lugar. Qual não foi a nossa surpresa quando, depois de ganhar pipoca e refri, nós entramos na Sala 2 (gracias! e não aquela aberração arquitetônica que é a Sala 4) e A ÚLTIMA FILEIRA ESTAVA VAZIA, apesar do grande número de assentos ocupados.
Alegremente instaladas nas poltronas 9 e 10 da última fileira (bem embaixo da janela de projeção), aguardamos o começo da sessão (mais a respeito em breve no
RdS).
No fim, pode-se dizer que o dia teve um saldo até positivo (menos para o meu cartão de crédito, claro). Só espero não encontrar o dito cujo por aí em horários mais... ahn... alternativos (tipo os dias em que eu pego ônibus às 7h).
Amanhã o dia aparenta ser divertido. Espero que tenha menos pontos negativos que hoje...